Teve lugar no último fim-de-semana a 1ª eliminatória da Taça de Portugal, aquela que no sítio da Federação vem assim anunciada: “A festa da Taça – A 1ª eliminatória da Taça de Portugal Millenium foi disputada um pouco por todo o país.” ( www.fpf.pt )
Quero desde logo frisar que não me refiro ao resultado da competição em si, o Vitória F. C., a disputar esta época a III Divisão - Série Açores, recebeu no sábado, 4 de Setembro, pelas duas horas da tarde, imagine-se, o G. Desportivo da cidade transmontana de Bragança, da II Divisão – Zona Norte e perdeu por 2-3, tendo desperdiçado um penalti no último minuto, o que nos levaria para prolongamento e depois se veria…
Caros leitores, não é sobre o resultado deste jogo que nos faz trazer a Taça de Portugal a este espaço opinativo, mas sim a oportunidade perdida de intercâmbio entre gentes de terras portuguesas tão longínquas uma da outra e que, sim, deveria ter servido para aproximar culturas e amizades, através do futebol, mas não, ou talvez melhor dizendo, muito pouco restou, além da troca de telemóveis entre dirigentes de cá e de lá…
Desde logo tudo começa com a imposição federativa em marcar o jogo para as 14,00 horas dum sábado tórrido e o resultado financeiro é desastroso: cerca de três centenas de euros?! Depois por que a hora era a que convinha à equipa visitante para “apanhar” o voo Pico-Ponta Delgada das 17,50 e depois o Ponta Delgada – Lisboa. Tudo certo, mas o contrário também era de se ter em atenção, ou seja se fosse ao contrário…
O Bragança chegou à vila de São Roque, na noite da 6ª feira e naturalmente já nem terá saído do seu alojamento; no sábado foi almoçar, jogar e ir de abalada para o aeroporto. É esta a Festa da Taça? Não poderia ou deveria ter havido no fim do jogo, um convívio entre as duas equipas e respectivas direcções, com a presença do representante do nosso município e de outras entidades patrocinadoras, por exemplo, como há anos acontecia inter-ilhas?
Lembro-me de várias deslocações que realizei com outros companheiros, jogadores, nas Lajes, para as Velas, onde depois recebíamos cortesmente, ou essa outra em que o Vitória (Casa do Povo) ganhou o Campeonato do INATEL (Faial-Pico) e foi disputar a final com o Boavista das Flores e depois desse jogo o convívio que decorreu entre as duas equipas foi tão acolhedor, que poucos se lembraram hoje do resultado desportivo, mas desse convívio entre jogadores adeptos e simpatizantes florentinos, com a nossa equipa de São Roque, esse ficará sempre na nossa memória. Era esse o convívio, o intercâmbio, o verdadeiro espírito festivo que deveria presidir à tão pomposamente propalada pela Federação Portuguesa de Futebol – Festa da Taça.
Assim, porque nos sentimos defraudados, que dizer do F. C. da Madalena que foi obrigado a jogar no campo do Boavista de São Mateus, no domingo 5 de Setembro, às 10.30 da manhã?
Senhores da Federação, arranjem concertadamente entendimentos entre quem se desloca e quem recebe, como até connosco aconteceu num pormenor (fornecemos as bolas para o aquecimento e assim, foi menos um transtorno de bagagem para o G.D. Bragança) arranjem mais patrocínios, arranjem outros dirigentes, e então chamem-lhe a Festa da Taça, que percorre Portugal de lés-a-lés, mas sem ser com tantos atropelos…
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